sábado, 6 de dezembro de 2008

::Folha em branco::

Perdi minhas referências. Perdi todo o meu estar. Desse mundo quase anil, a tonalidade tão clara?Essa folha branca. E o meu encanto?E o seu encanto? E o encanto de cada pequenina coisa?Quase esvaece... e minhas parcas lagrimas amarelas, felizes e lustrosas como o sol?E meu sonho nublado feito tempestade, e o tempo rápido que custa a passar?E a alma à flor da pele custa adormecer. Estar vivo, porém morto, em grande parte degradante, em porção menor mistério, fascínio e autodestruição. Camuflar sanidade, forjar máscaras, gritar alto afim de que não escutem. O forte abraço aguardado há anos. O jeito. O seu jeito. E o meu, perdido. Coisas erradas teoricamente certas, ou o contrário. Falta. Vazio e incompreensão compreensível das coisas, de cada coisa ou pessoa. Que sou muita, que são muitas, e me mato. E morro. Um pouco a cada dia enfurnado aqui.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chakra

Abril. Janeiro. Analgésicos. Contas a pagar. Cólica. Desperdício e dissoluto dissabor. Mais do que aparenta. Saber. Respostas. Nenhuma fome. Não desistir, nunca. E, no final das contas tem razão. Catarse. Dialética. Cigarros, não. Por hábito. Tudo irrita. Tudo irrita. E a mente faz coisas. Vontade de chorar. O que me surpreende. Beijos, rosas, memórias. Sem pretensões. Sem vontade também. Tópicos. Tópicos. Tópicos. Berros. Quintessências que se mesclam; quintessencias que não dissolverão jamais. Pais. Paz. E forca. Drogas. Braços, passos. Corredor sem final. Significado. À flor da pele. Nuca. Sensação que ronda os cabelos e a mente. Hipotálamo. Sinopse e silépse. Terrível. Ambrosia.

Contensão

Os dedos não têm mais forças. A boca não sente vontade de dizer.Verdade. Nua e crua. Náuseas bruxuleantes absorvem. Céus. Caos. Ordem. Não compreendo, não consigo entender. Nem tudo deve obedecer a uma ordem lógica e nem tudo faz sentido. Sentido. Sentido. Coberta de razão. Livre associativa. Destemida. Receios. Plenitude. Cheiro de sangue, hálito da morte. Em verdade não há desejo de entender. E não há busca por qualquer caminho. Elos perdidos. Indiferença. Plenitude. Nojo e asco. Incertezas. Incompreensão.Analgésico. Aparência frágil e indecisa. Loucura. Possível.Plenitude. Placebo. Analgésico. Dormir. Ter medo. Ser o medo. Amálgama. Mais que palavras. Ações. Dor. Analgésicos. Plenitude.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Gestual

Vontade de escarrar. Então escarre. Oras, daí a cabeça explode. Fascínio. Horror. Esplêndido. Pensamentos vazios, densos, incompreensíveis e desordenados. Hoje vi o meu reflexo que olhava de forma acusatória. Talvez seja Mais simples do que eu tenha pensado. Possível que seja. E a sala assume proporções fabulosas e me sinto um grão de areia. Cada um com a sua placa de identificação, seu próprio número. Bando de zumbis. Números. Serei capaz de entendê-los um dia? Os olhos ardem. A mente vai. Vai alta a minha febre. Conseguirei tornar praticável os sonhos de menina? Aprender coisas. Fabulosa. Esplêndida. E magníficas. Pois escarre o que faz mal, escarre e se faça humana. Humana. Deixar-se tocar. Compreender. Entender. Mais que isso. Entender-se.

sábado, 19 de julho de 2008

Muito Prazer.

Era uma sexta feira à noite quando a estranha garota entrou na taverna. Era, no mínimo, uma princesa, com aquelas roupas justas de couro preto, os longos cabelos, muito pretos e alinhados, a boca convidativa pintada de vermelho, e a pele que desconhece os raios de sol. Ela aparentava ter, no máximo, dezessete anos e passava da meia noite.

A taverna estava abarrotada, muitas mesas, gente dançando e batendo cabeça de fronte ao palco onde há um show de heavy metal em andamento. A garota misteriosa caminhou até o balcão onde havia apenas um banco livre: entre uma mulher negra extremamente sexy com óculos raiban espelhado, à direita, e um homem barbudo de porte médio e cabelos volumosos, de um castanho bem claro, um ar bruto, à esquerda. "Danem-se", pensou a forasteira ao sentar-se.

Levantou a cabeça para fazer o pedido, mas antes foi impedida:

-Ei vampira - ouviu a garota do lado sussurrar - tenho uma proposta.

A garota voltou-se para a direita com rapidez, um tanto perturbada - na sua mente ouvia "tenho uma proposta" sendo dito várias vezes com a voz sobreposta em ritmos diferentes - e grita "O quê?". Transcorreu um instante de impacto e continuou "Quem é você, quem disse que estou interessada em alguma proposta?"

A mulher sorriu discretamente e murmurou:

-Não precisa responder agora, apenas ouça. - ela levantou a taça vazia e então o barman trouxe uma outra e posicionou fronte a garota e encheu a da mulher. - Preciso de seus serviços.

- Hã... desculpe, mas não estou interessada - respondeu a moça, indiferente, além de ter levantado a taça com gratidão irreverentemente sarcástica.

-Qual o seu preço?

-Alto.

-Foi o que imaginei - jogou uma sacola de veludo que tilintou - 50.000 peças está bom?

-Claro - respondeu com ironia - para um bom começo é o suficiente.

-Todas as despesas pagas e...

-É evidente. Mas tudo tem uma razão.Estou sendo contratada pra que?

-Beba, é uma longa história.


CONTINUA...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Buenas

- Bem vindo à terra infértil, renegado. Bem vindo ao inferno. Cuidado, a terra é fria. Seu passado saudoso é a sua única bagagem por aqui. O único destino é a execução. A mim não importam o seu nome ou ideais. Aqui sou o capeta, do meu inferno, e a única voz que fala é a minha. Despertai!

Oh gloriosa estupidez, vos que estais sepultadas, destituístes temíveis sentimentos. A premissa mágoa rodeia. O meu ser de malditas ressalvas clama:

"Dor e morte, morte e dor, que inicie agora, por fim!"

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pedante e massivo

Você está só, garotinha. E o passado, sempre condenável, volta para atormentá-la. O que pretende fazer, menininha?Logo agora que jaz encurralada? Tenha medo, alerto.Tenha muito medo, e cautela.
O antro de Orgias, palácio dos horrores se abre, e lá dentro, todos me chamavam pelo nome. É.É?Maravilha. Maravilha?Show de horrores.
Tome tendência e descubra, por sí só, as tendências. Amor e coisas piores, dispersas no hialoplasma do infinito particular.Não?Não compreende metáforas, pequeno demônio?