quinta-feira, 31 de julho de 2008

Gestual

Vontade de escarrar. Então escarre. Oras, daí a cabeça explode. Fascínio. Horror. Esplêndido. Pensamentos vazios, densos, incompreensíveis e desordenados. Hoje vi o meu reflexo que olhava de forma acusatória. Talvez seja Mais simples do que eu tenha pensado. Possível que seja. E a sala assume proporções fabulosas e me sinto um grão de areia. Cada um com a sua placa de identificação, seu próprio número. Bando de zumbis. Números. Serei capaz de entendê-los um dia? Os olhos ardem. A mente vai. Vai alta a minha febre. Conseguirei tornar praticável os sonhos de menina? Aprender coisas. Fabulosa. Esplêndida. E magníficas. Pois escarre o que faz mal, escarre e se faça humana. Humana. Deixar-se tocar. Compreender. Entender. Mais que isso. Entender-se.

sábado, 19 de julho de 2008

Muito Prazer.

Era uma sexta feira à noite quando a estranha garota entrou na taverna. Era, no mínimo, uma princesa, com aquelas roupas justas de couro preto, os longos cabelos, muito pretos e alinhados, a boca convidativa pintada de vermelho, e a pele que desconhece os raios de sol. Ela aparentava ter, no máximo, dezessete anos e passava da meia noite.

A taverna estava abarrotada, muitas mesas, gente dançando e batendo cabeça de fronte ao palco onde há um show de heavy metal em andamento. A garota misteriosa caminhou até o balcão onde havia apenas um banco livre: entre uma mulher negra extremamente sexy com óculos raiban espelhado, à direita, e um homem barbudo de porte médio e cabelos volumosos, de um castanho bem claro, um ar bruto, à esquerda. "Danem-se", pensou a forasteira ao sentar-se.

Levantou a cabeça para fazer o pedido, mas antes foi impedida:

-Ei vampira - ouviu a garota do lado sussurrar - tenho uma proposta.

A garota voltou-se para a direita com rapidez, um tanto perturbada - na sua mente ouvia "tenho uma proposta" sendo dito várias vezes com a voz sobreposta em ritmos diferentes - e grita "O quê?". Transcorreu um instante de impacto e continuou "Quem é você, quem disse que estou interessada em alguma proposta?"

A mulher sorriu discretamente e murmurou:

-Não precisa responder agora, apenas ouça. - ela levantou a taça vazia e então o barman trouxe uma outra e posicionou fronte a garota e encheu a da mulher. - Preciso de seus serviços.

- Hã... desculpe, mas não estou interessada - respondeu a moça, indiferente, além de ter levantado a taça com gratidão irreverentemente sarcástica.

-Qual o seu preço?

-Alto.

-Foi o que imaginei - jogou uma sacola de veludo que tilintou - 50.000 peças está bom?

-Claro - respondeu com ironia - para um bom começo é o suficiente.

-Todas as despesas pagas e...

-É evidente. Mas tudo tem uma razão.Estou sendo contratada pra que?

-Beba, é uma longa história.


CONTINUA...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Buenas

- Bem vindo à terra infértil, renegado. Bem vindo ao inferno. Cuidado, a terra é fria. Seu passado saudoso é a sua única bagagem por aqui. O único destino é a execução. A mim não importam o seu nome ou ideais. Aqui sou o capeta, do meu inferno, e a única voz que fala é a minha. Despertai!

Oh gloriosa estupidez, vos que estais sepultadas, destituístes temíveis sentimentos. A premissa mágoa rodeia. O meu ser de malditas ressalvas clama:

"Dor e morte, morte e dor, que inicie agora, por fim!"

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pedante e massivo

Você está só, garotinha. E o passado, sempre condenável, volta para atormentá-la. O que pretende fazer, menininha?Logo agora que jaz encurralada? Tenha medo, alerto.Tenha muito medo, e cautela.
O antro de Orgias, palácio dos horrores se abre, e lá dentro, todos me chamavam pelo nome. É.É?Maravilha. Maravilha?Show de horrores.
Tome tendência e descubra, por sí só, as tendências. Amor e coisas piores, dispersas no hialoplasma do infinito particular.Não?Não compreende metáforas, pequeno demônio?